sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

SÊ TU UMA BÊNÇÃO! (Gn12.2)



Quando Deus criou o ser vivente à sua imagem e semelhança (homem e mulher), o seu propósito era que esse ser o louvasse, o obedecesse e o amasse. E foi assim no princípio. Deus tinha um relacionamento harmonioso com o homem e com a mulher. Todos os dias Deus se comunicava com eles. Até que um dia, pela desobediência, o homem e a mulher, morreram para Deus. Pelo imenso amor do criador pela sua criatura, Deus durante a história vem tentando resgatar esses seres, pela sua graça e misericórdia; a ponto de enviar seu único Filho, Jesus Cristo, para todo aquele que nele crer se religue com o seu criador. Por isso, a nós, religados, ao nosso Deus, nos cabe adorá-lo, amá-lo, obedecê-lo e sermos bênçãos nas suas santas mãos. Mas, como ser uma bênção, se não deixarmos Deus cuidar de nós e nos conduzir? Só o abençoador poderá nos transformar, também, em instrumentos de bênçãos.
“Sê tu uma bênção”. “Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele e tudo ele fará.”. Fará de você uma bênção!
 Do amigo e pastor Percilio Bispo

sábado, 7 de abril de 2012

Com perfume, coragem e afeto!

"Em verdade vos digo: onde for pregado em todo mundo o evangelho, será também contado o que ela fez, para memória dela” ( Marcos 14.9).

Está se aproximando o dia em que Jesus será traído, preso e condenado à morte pela cruz. Serão dias de muita dor e sofrimento para o filho de Deus.
Ele está reunido com os seus amigos e amigas na casa de Simão. Talvez estes sejam os últimos momentos que terá com eles. De repente chega uma pessoa que não foi convidada e provavelmente nem poderia estar naquele lugar. É uma mulher; e parece que, de todos ali, ela é a única que sente o que Jesus realmente precisa. Ela revela que conhece a dor e angústia que ele deve estar sentindo nestes momentos finais. Então, se aproxima e, em um ato profético, oferece alívio para o sofrimento de Jesus. Ela quebra um vidro de perfume e o derrama sobre ele.
Houve quem se pronunciasse contra este gesto, mas Jesus humildemente o aceita, e reconhece nele um ato grandioso realizado por aquela mulher; e promete que, juntamente com o evangelho pregado, aquele ato será para sempre lembrado.
Ao derramar o bálsamo, primeiro ela mostra que compreendeu quem é Jesus: Ele é o Messias! Ela o unge como só se fazia aos reis e sumo sacerdotes e com este gesto ela confessa a sua fé.
Também mais do que o bálsamo derramado, ao tocar Jesus, a mulher oferece um gesto de carinho e ternura que busca aliviar a dor e o sofrimento. Através de seu ato ela mostra que Jesus não está sozinho.
Aquela mulher, cujo nome a Bíblia desconhece, certamente não estava convidada para sentar-se à mesa junto com Jesus; era uma das pessoas que a sociedade excluía. Mas, ao quebrar o vaso de óleo perfumado, simbolicamente ela quebra barreiras e convenções para mostrar a sua fé, a sua solidariedade e levar o seu carinho a alguém que está sofrendo. De onde veio esta coragem? Do compromisso com o Cristo sofredor.
A aceitação da Boa Nova em Jesus Cristo nos conclama a sermos pessoas solidárias e compromissadas junto às milhares de irmãs e irmãos que estão passando por momentos de dor, sofrimento e experimentando situações de morte. Onde o Evangelho for pregado nunca serão esquecidas a confissão de fé, a coragem, a ternura e a sensibilidade desta mulher sem nome.
Onde está o nosso frasco de perfume? Quem estará necessitando do nosso perfume compreensivo e consolador neste momento?


Sônia Gomes Mota – pastora da IPU

segunda-feira, 2 de abril de 2012

A DISCÍPULA DE MAGDALA

Muito se especula, hoje, sobre o papel da mulher mais conhecida e importante do círculo de discípulos de Jesus, Maria Madalena. Alguns atribuem a ela um papel especial na vida de Jesus. Conforme o livro O Código da Vinci, de Dan Brown, ela foi esposa de Jesus e com ele teve filhos. Essa lenda se baseia, por um lado, em diversas observações espalhadas em livros apócrifos dos séculos II e III d. C. Esses livros referem-se ocasionalmente a Maria como “companheira de Jesus” ou “discípula amada” (Evangelho de Felipe) ou intérprete e interlocutora privilegiada de Jesus (Pistis Sofia). Por outro lado, apoiam-se numa tradição da Idade Média, de acordo com a qual Maria teria ido, após a ressurreição de Jesus, ao sul da França, onde um de seus filhos se tornara o fundador da dinastia dos merovíngios (governantes da França).

A partir do papa Gregório I (590 d.C.), Maria Madalena foi, além disso, identificada com a “pecadora” que lavou os pés de Jesus (Lucas 7.36-50) e considerada uma prostituta. Essa pecadora anônima havia sido já anteriormente (João 11) identificada com Maria, irmã de Marta e Lázaro. Assim, Maria Madalena atraiu, com o tempo, as características de três mulheres distintas da Bíblia, tornando-se, por fim, erroneamente o símbolo da pecadora arrependida.

O Novo Testamento menciona Maria Madalena, geralmente junto com outras mulheres, em momentos decisivos da vida de Jesus: na crucificação, no sepultamento (Marcos 15.40-47) e na ressurreição (Marcos 16.1; conforme João 20.1, ela é a única que vai ao sepulcro no domingo de manhã). Sem dúvida, Maria Madalena era, ao lado de Pedro, a grande líder dentro do círculo menor de discípulos. Em João 20 e alguns livros apócrifos ainda encontramos sinais de uma certa concorrência entre Pedro e Maria.

Esse seu papel de liderança e respeito Maria Madalena conquistou por sua atuação e postura dentro do círculo de aprendizes de Jesus. Ela o chama de “Raboni”, ou seja “mestre” (João 20.16)). Natural da cidade de Magdala, à margem do Lago de Genesaré, Maria tornou-se seguidora de Jesus por gratidão: Jesus a havia curado de seus males (“dela saíram sete demônios”, conforme Lucas 8.2). Juntamente com outras mulheres ela o acompanhava e, com os seus bens, até sustentava o grupo em suas andanças pela Galileia até Jerusalém (Lucas 8.3).

Por ocasião da crucificação de Jesus, Maria Madalena e as outras mulheres observavam de “longe” o que acontecia (Marcos 15.40). Isso representou um ato de coragem, ainda que comedida, já que uma demonstração de solidariedade podia facilmente ser confundida com um apoio ao movimento contra os romanos, que executaram Jesus. Os discípulos homens aparentemente haviam fugido (João 19.26 menciona apenas o discípulo amado).

A fidelidade de Maria Madalena se estende para além da morte de Jesus. Os Evangelhos concordam que ela, ou sozinha ou junto com outras mulheres, foi a primeira testemunha da ressurreição. Por ter anunciado a boa nova aos outros discípulos (João 20.18), ela pode ser chamada  de “apóstola dos apóstolos”.

 Mas, infelizmente, a autoridade que Maria Madalena gozava nas primeiras comunidades cristãs foi se diluindo aos poucos com a criação de uma igreja hierárquica. Nos grupos gnósticos, ela se tornou companheira e esposa de Jesus e, em diversos pais da Igreja, transformou-se no símbolo da pecadora penitente. Para as comunidades de hoje, Maria Madalena deve ser vista como uma discípula corajosa, uma líder dinâmica e uma fiel seguidora de Jesus que vivia de forma coerente a sua fé.


Nelson Kilpp- pastor da IECLB. – Texto cedido pelo autor publicado na Revista Novo Olhar da Editora Sinodal – janeiro-fevereiro de 2011- nº 37

quarta-feira, 7 de março de 2012

Mulheres desobedientes

Há momentos em que é preciso contrariar ordens superiores ou normas vigentes, especialmente sob regimes autoritários e em contextos de repressão. A história bíblica mais conhecida de desobediência de mulheres encontramos em Êxodo 1.15-21. No antigo Egito viviam e trabalhavam as parteiras Sifrá (“beleza“) e Puá (“moça“), que no parto assistiam tanto mulheres egípcias como hebreias. As duas parteiras não tiveram a chance de constituir uma família própria. Por isso as pessoas chegavam até a desprezá-las, achando que Deus lhes havia negado sua bênção. Mas isso não as desanimava nem abalava sua fé. Mesmo não tendo filhos próprios, ajudavam outras mulheres a ter os seus.
O texto bíblico narra que o faraó tentou cooptar Sifrá e Puá para seu plano de extermínio das etnias estrangeiras no Egito, ordenando-lhes matar todas as crianças hebreias do sexo masculino por ocasião do parto. Como a parteira era pessoa de confiança e como geralmente não havia testemunhas no momento do parto, isso não seria tarefa difícil para Sifrá e Puá. O texto bíblico diz no entanto: “As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito; antes deixaram viver os meninos”.
O compromisso das parteiras com a vida foi mais forte do que a política da autoridade constituída. O texto chama isso de “temor de Deus”, ou seja, uma postura ética baseada na fé e na convicção de que atentar contra a vida de pessoas frágeis e indefesas é um atentado contra o próprio Deus. Somente um ato de desobediência civil pode vir ao encontro do plano de Deus: preservar a vida do povo.
Por isso Sifrá e Puá são levadas a julgamento. A pergunta do faraó – “Por que fizestes isso e deixastes viver os meninos?” – é uma acusação. Como as duas parteiras não buscam o martírio, já que delas depende a vida de outras crianças, elas ocultam a verdade: “As mulheres hebreias não são como as egípcias; são vigorosas e, antes que lhes chegue a parteira, já deram à luz os seus filhos” (v. 19). O argumento apresentado pelas parteiras aparentemente convenceu o faraó, talvez por ter, pelo menos em parte, correspondido à verdade. Foi uma meia-verdade.
Mas a história não está interessada na impressão do rei do Egito; ela se concentra nas mulheres. Nota-se que a meia-verdade (ou meia-mentira) não é criticada pelo autor da narrativa. É que não se espera das parteiras um ato heroico. Deus quer mantê-las vivas para, através delas, continuar preservando vidas. Além disso, o relato bíblico parece querer comprovar o princípio de Provérbios 19.27: “O temor do Senhor conduz à vida” – sim, à vida plena. Por isso a história das duas mulheres desobedientes termina assim: “E, porque as parteiras temeram a Deus, ele lhes constituiu família” (Êxodo 1.21). Na época, isso era considerado vida plena e realizada.
Sifrá e Puá dão-nos uma bela lição de cidadania e coragem. Mesmo não sendo mães, elas arriscam sua vida pelos filhos de outras mulheres. Não se submetem cegamente ao poder. Mostram que a fé pode requerer um ato de desobediência civil. Elas também nos ensinam que fé e ética não podem ser separadas e que há momentos na vida em que precisamos optar entre compactuar com regimes que promovem a morte ou defender a vida das pessoas frágeis e indefesas.

* Texto escrito ppelo rev. Nelson Kilpp - Especialista em Antigo Testamento, pastor da IECLB


Texto cedido pelo autor- publicado na Revista Novo Olhar da Editora Sinodal nº 39

terça-feira, 19 de julho de 2011

Reconhecendo as Bençãos de Deus.

Todos os dias somos agraciados com as Bençãos de Deus.
Mas basta algo dar errado nas nossas vidas para nossa fé se abalar.
Basta um "deslize" do nosso Deus, para nos acharmos desprotegidos, desamparados ou pouco amados.

A gente se esquece das bençãos, ou achamos comuns as coisas boas quando acontecem e muitas vezes esquecemos de agradecer e reconhecer as Bençãos de Deus.

E são tantas em nossas vidas.

As vezes saimos de casa, atrasados para chegar na escola ou no trabalho, e justo neste dia o trânsito que costuma ser caótico, está uma maravilha.

As vezes chegamos atrasados e por conta daquele atraso, não presenciamos algo desagradável. Algo que poderia ser de desgosto para nossos olhos e nossas mentes.

Uns dizem que é sorte. Eu digo que é Deus.

Uns dizem que é destino. Eu digo que é Deus.

Uns dizem que é coincidência. Mas eu sei que todas coisas (Que a nossos olhos, sob nosso pretenso julgamento, são boas ou ruins) são bençãos de Deus. São providências de Deus.

Que Deus lhe dê um excelente dia.

E agradeça a Ele por todas as coisas que te aconteceram. Sejam elas boas ou "ruins".

Reconheça as Bençãos de  Deus.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Não andeis ansiosos


ansiedadeQuando criança, eu antecipava minhas emoções em relação a alguns eventos e sentia que meu corpo reagia de modo estranho, nada demais, mas sentia algo diferente pelo meu estomago. Compartilhando com um primo ele me explicou que aquilo era ansiedade. Hoje já “macaco velho”, como costumo dizer, me sentir ansioso faz um estrago no meu cotidiano. A última vez que a ansiedade tomou conta de mim foi nas vésperas de eu viajar para Santos/SP, quando depois de 10 anos teria um bom tempo com meus familiares e reveria velhos amigos da infância, escola e trabalho. Eu passei cerca de quinze dias achando que estava com uma gastrite, não conseguia comer algo qualquer, e dormia pouco. Quando então cheguei na minha tão saudosa cidade, toda a ansiedade acabou. Prometi procurar controlar a ansiedade.
De outras formas a ansiedade pode ser uma perturbação em nossas vidas, seja em eventos como o que eu vivenciei, como em nosso cotidiano profissional ou familiar, nas preocupações com as finanças, na educação dos filhos, nas notas da universidade ou escola, no início do namoro ou casamento, na dúvida de que profissão seguir, se haverá de ser pai ou não, se alguns contratos serão fechados, se daqui a dez estarei morando no lugar dos meus sonhos, se amanhã vai chover ou fazer sol, enfim, uma série de situações que podem nos fazer andar ansiosos.
Apóstolo Paulo, ao escrever aos Filipenses, 4:6, disse “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças”. Gostaria de divir este versículo em três partes:
1. Não andeis ansiosos por coisa alguma
Aqui, Paulo não está especificando uma situação. De acordo com os exemplos que citei, coisas do citidiano, de pessoas diferentes, de coisas bobas, é costumeiro querer antecipar resultados, sofrendo sem necessidade, trazendo consequências físicas e emocionais para si. O propósito para esta exortação de Paulo é para que tenhamos paz para conosco. Lembra da minha viagem a Santos? Não seria melhor se eu tivesse mantido a calmaria? Com certeza.
2. Antes de tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus
Antes de sofrer, de querer romper a limitação humana, o que na verdade não acontecerá, faça conhecida a sua situação diante de Deus, que na Sua santa sabedoria nos guiará em paz para que no tempo certo, e já determinado por Ele, possamos ter aquilo que tanto esperamos, se para o nosso bem. Isto é dependência. Já dissera o próprio Senhor Jesus que se buscar nós acharemos e, se, pedir nós encontraremos.
3. Pela oração e súplica com ações de graça
Oração e súplica podem ser interpretadas como uma mesma atitude, ou seja, a de se dirigir a Deus, compartilhando as necessidades ou desejos no sentido de que recorrer a Deus é buscar a Sua paz para viver sem ansiedade. Paulo encerra este versículo com as palavras “ações de graça”. Independente do resultado que se obtenha, nossos corações devem estar cheios de gratidão, pois quando agindo desta forma estamos envolvidos da paz e do amor de Deus.
O apóstolo Paulo tinha profundo conhecimento e autoridade nas palavras que expressa em Filipenses 4:6, pois este escrito faz parte de uma coleção que fora registrada quando em se encontrava aprisionado por propagar o Evangelho de Cristo. Poderia ele estar ansioso em querer sair dali, desejando estar com seus amigos e irmãos em Cristo, mas ele apenas esperou o dia da oraçãosua sentença e libertação, sem ansiedade por coisa alguma.
Quando a parede da limitação chegar a sua frente, não a esmurre. Ajoelhe-se e ore com ações de graça ao nosso Pai Celeste.

Fonte: