sábado, 19 de março de 2011

A Importância do amor

“ Ainda que ... senão tiver amor...”1cor.13
 
A espiritualidade cristã afirma a primazia do amor ante todo sistema simbólico, teológico, ritual e doutrinário. Onde existe amor, aí Deus está, expressão tão singela expressa por Tereza de Ávila mística cristã. Pois sem a compreensão da primazia da expressão maior que qualifica toda vida espiritual, haveremos de colher apenas a religião, expressão histórica e cultural, sem grandes modificações em nós e ao nosso redor. A espiritualidade verdadeira se nutre de gestos de amor, expressos na solidariedade, paciência, fé, perseverança, perdão, generosidade e firmeza. Todas essas características podem realçar o dom maior do amor, que requer de nós muito trabalho. Porém é graça divina sobre nossa vida. Autenticando e produzindo a profunda liberdade de servir e de nos por à disposição de Deus. Sabendo que a graça supõe a natureza, que a obra divina não desmerece nossa dedicação e que quem sai para plantar a semente na noite da vida mesmo fria,  sem estrelas, receberá a bênção do amanhecer como aurora do Pai, trazendo o sol da justiça, sinal de bênçãos de Deus sobre todos seus filhos e filhas.
 
Rev .Isaque Góes Teólogo protestante - membro do PEB

quarta-feira, 9 de março de 2011

COMO VOCÊ VÊ SUA EXISTÊNCIA

Esta é uma questão de difícil resposta por não termos o habito de olharmos constantemente para  a nossa realidade existencial. Para uns existir é correr atrás do que se deseja; para outros é refletir o que é que se deseja e o que isso significa para a sua vida.  O apostolo Paulo a vê como tempo de transformação que foi se sucedendo aos poucos (de perseguidor passou a ser um grande anunciador da palavra de Cristo). No estágio final de seus dias ele a vê como oferenda a ser devolvida a Deus, de onde saiu. Este momento final de sua existência não é um vazio e um sofrimento, é sim um descanso, uma entrega àquele que lhe deu um novo ser.  É esta relação com a vida que o faz entrar num tempo de serenidade e paz.
     Segundo Lc 18,9,uns se viam cheios  de justiças e de importância aos olhos dos outros e não percebiam que a sua existência estava fundamentada em princípios falsos, que eram a arrogantes  e a prepotentes.  Ao contrário, aquele que parecia nem ter existência própria porque sua prática fora, durante muito tempo, de desonestidade e de roubo, é quem demonstra mergulhar mais profundamente em si mesmo e se reconhecer frágil, limitado e dependente de uma força maior, expressada sinceramente, ao dizer em sua oração que tivesse compaixão do pecador que era (Lc,18,13),  revelando, assim,  que a proximidade e o encontro com Deus somente acontece pela humildade de nossos corações.
     O que justifica (Lc 18,14) nossas ações é a compreensão que temos sobre nós mesmos e sobre aquilo que faz parte de nossas vidas. A intensidade positiva do nosso viver com a família, revela à nossa  existência que  seu sentido profundo é amor, servir e perdoar. A forma perseverante de  como vivemos nossa fé comunitária mostra-nos a convicção e a certeza que sentia Paulo na fase final de sua vida, de que combatemos o bom combate e guardamos com muito cuidado esse tesouro despertado em nós que é a fé.
     Portanto, irmão e irmã, somos convidados a ver nossa existência  como herdeiros dos propósitos do Criador. Para recebermos a coroa da justiça, dada a nós como recompensa,  precisamos anseá-la, querê-la e buscá-la, e percebermos que é o Senhor que nos mostra quem somos e então enche-nos de forças (2Tim 4,17), para anunciar a todos que enxergamos agora, a nossa existência de maneira plena e feliz, porque fomos libertados das caricaturas que fazíamos de nós mesmos, por desconhecer a sua essência.       
(Escrito por rev. Luiz Pereira)